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O Setor de Consumo: Análise de Tendências e Marcas Vencedoras

O Setor de Consumo: Análise de Tendências e Marcas Vencedoras

26/12/2025 - 10:13
Bruno Anderson
O Setor de Consumo: Análise de Tendências e Marcas Vencedoras

O setor de consumo brasileiro vive um momento de transformação profunda, onde a dinâmica de preços, hábitos e canais redefine o papel das marcas e do varejo. Com projeções ambiciosas para 2025, entender essas mudanças é essencial para quem busca crescer e inovar.

Panorama macro do consumo e varejo no Brasil

Em 2025, o consumo das famílias deve atingir R$ 5,321 trilhões, marcando um recorde nominal de consumo após a fase mais aguda da pandemia. A inflação sob maior controle e a queda gradual dos juros trouxeram um fôlego extra ao orçamento doméstico.

No entanto, há uma desaceleração do ritmo de crescimento prevista para os próximos trimestres. A FGV alerta para o impacto de uma base comparativa elevada, endividamento ainda alto e a cautela crescente dos consumidores.

  • Mercado de trabalho se recupera lentamente
  • Inflação pressionada por preços de energia e alimentos
  • Juros em trajetória descendente, mas sem pressa

Surge o paradoxo de 2025: mais renda, mas menos unidades compradas. Entre janeiro e outubro, as vendas em volume recuaram 1,8% em relação ao ano anterior, apontando que o crescimento de faturamento vem muito mais de preço e mix do que de quantidade.

Tendências de comportamento e consumo até 2025/2026

À medida que o consumidor redescobre sua relação com o lar, as escolhas de compra se tornam mais estratégicas. Segundo a Kantar, o consumo dentro do lar deve crescer moderados 2% em volume neste ano.

  • Controle de gastos e alta de preços levam famílias a cozinhar mais em casa
  • Substituição de itens premium por opções econômicas
  • Busca por proteínas alternativas e lanches acessíveis

Outra tendência marcante é a de menos visitas, carrinhos maiores. Os consumidores planejam sua ida ao supermercado, optando por comprar em maior quantidade para otimizar tempo e deslocamento. Para manter o tíquete médio, as redes precisam investir em sortimento adequado e ofertas por volume.

O retrato social também ganha contornos de polarização. Parte da população migra para o consumo premium e experiencial, enquanto outra parcela adere às marcas próprias, atacarejo e promoções agressivas. Esse cenário reforça a disparidade no custo de vida e polarização do consumo em território nacional.

Na ponta da inovação, o setor de saúde e bem-estar desponta como oportunidade. A queda de patente dos medicamentos GLP-1 a partir de 2026 deve acelerar a demanda por produtos menos calóricos e mais funcionais, consolidando a busca intensa por vida mais saudável em prateleiras e cardápios.

Digital, e-commerce e omnicanalidade

O e-commerce brasileiro superou R$ 200 bilhões em 2023 e segue em expansão. No segmento alimentar, as vendas online crescem quase quatro vezes mais rápido que o canal físico, transformando o digital na vitrine de preços para grande parte dos compradores.

Mas a jornada digital vai além da pesquisa. Plataformas como Shopee e Mercado Livre impulsionam o conceito de live commerce e comunidades de marca, onde influenciadores moldam percepções de valor e estreitam o laço com o público.

  • Integração de conteúdo e vendas em redes sociais
  • Experiências de compra em streaming ao vivo
  • Marketplace como principal ponto de entrada

Para competir, redes de varejo devem implementar uma integração fluida entre físico e digital. Modelos de retiro na loja, ship-from-store e logística flexível tornaram-se imperativos para acomodar a dissolução das fronteiras entre canais.

Segmentação geracional e valores de marca

As preferências de consumo variam conforme a faixa etária, influenciando diretamente quais marcas ganham relevância em cada público. A pesquisa Brand Asset Index mapeou padrões claros:

Além disso, o propósito e a sustentabilidade assumem papel central na decisão de compra. Marcas que demonstram compromisso ambiental e social, como Natura e Ypê, ganham espaço e fidelidade junto aos consumidores mais críticos.

Marcas vencedoras: rankings, métricas e recortes

As marcas que se destacam em 2025 compartilham características em comum: forte presença digital, posicionamento claro de valor e capacidade de engajamento. Métricas como Brand Asset Index e Folha Top of Mind revelam vencedores consistentes.

No universo digital, Mercado Livre e Shopee crescem em lembrança e influência, enquanto Nubank mantém liderança entre serviços financeiros inovadores. No varejo físico, Cacau Show surpreende pela onipresença, e Natura consolida seu legado sustentável.

Essas empresas investem em dados para personalizar a jornada do cliente, ampliam ofertas de produtos funcionais e fortalecem comunidades online. O resultado é um ciclo virtuoso de atração, retenção e recomendação espontânea.

Para compreender essas conquistas, considere as principais métricas utilizadas:

  • Share of mind e recall espontâneo de marca
  • Taxa de conversão por canal e ticket médio
  • Índice de satisfação e recomendação (NPS)

Marcas vencedoras equilibram inovação, propósito e eficiência operacional, criando seleção natural de marcas em um mercado cada vez mais competitivo.

Como conclusão, o setor de consumo no Brasil exige olhar atento às tendências de comportamento, tecnologia e valores. Marcas que se adaptarem com agilidade, investirem em experiência omnicanal e abraçarem causas sociais terão maior potencial de crescimento e relevância.

O futuro reserva novos desafios e oportunidades. Com base nessa mudança profunda de hábitos, o próximo ciclo de consumo será liderado por empresas que colocam o consumidor no centro e mantêm sua proposta de valor sempre atualizada.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson é colaborador de finanças pessoais no poupemais.org. Seu conteúdo é voltado a estratégias de economia, organização financeira e planejamento prático, ajudando leitores a adotarem hábitos mais eficientes para cuidar do dinheiro.