No Brasil e no mundo, as fintechs estão redesenhando a forma como indivíduos e empresas acessam crédito, impulsionando inclusão financeira e inovação.
Entre 2023 e 2024, o setor testemunhou um passo marcante: crescimento de 68% em um ano, resultado da capacidade de adaptação em um cenário de juros elevados. Uma amostra de 44 fintechs de crédito digital apresentou volume de crédito de R$ 35,5 bilhões em 2024, ante R$ 21,1 bilhões no ano anterior.
Além da expansão expressiva, o setor migrou de operações iniciais para modelos mais maduros, com equipes especializadas e ferramentas avançadas de análise de risco.
O período recente foi marcado por juros elevados e liquidez restrita, sem contar as incertezas internacionais. Mesmo assim, as fintechs mantiveram trajetória de crescimento sólido na concessão de crédito e ampliação da base de clientes.
As fintechs têm se destacado por sua agilidade em redefinir parâmetros de risco, equilibrando expansão de carteiras com políticas de crédito mais seletivas e garantias diversificadas.
O marco de 2018, com as Resoluções CMN 4.656 e 4.657, formalizou os dois principais modelos de fintechs de crédito no Brasil:
Ambas as categorias exigem autorização do Banco Central e devem operar como Sociedades Anônimas. Normas posteriores permitiram securitização de ativos e custódia de valores, aproximando obrigações tributárias das fintechs às dos bancos.
Esse desenho regulatório conferiu maior segurança jurídica e abriu portas para investidores institucionais, fomentando uma onda de inovação e competitividade.
Em novembro de 2025, novas resoluções elevaram a barreira de entrada e reforçaram requisitos de governança:
O aumento do capital mínimo para R$ 9 milhões e critérios baseados em atividades efetivas indicam fase mais rigorosa de supervisão. Espera-se que fintechs menores busquem fusões ou aquisições, dando início a um movimento de consolidação no setor.
Além disso, há interesses em reforçar compliance, governança e mecanismos de prevenção a fraudes e lavagem de dinheiro, o que eleva custos operacionais e obriga investimentos em sistemas de monitoramento avançados.
O cenário global de digitalização e inclusão financeira aponta para diversas oportunidades:
Para empreendedores e investidores, a chave está em alinhavar inovação e robustez financeira: combinar tecnologias emergentes com processos sólidos de governança e gestão de risco.
Na corrida por participação de mercado, as fintechs que equilibrarem agilidade na oferta e resiliência operacional estarão melhor posicionadas para prosperar. A próxima década promete consolidar o papel dessas instituições como catalisadoras da evolução do crédito, democratizando acesso e fomentando o crescimento econômico sustentável.
Referências