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A Magia dos Recibo de Depósito Bancário (RDB): Uma Renda Fixa Versátil

A Magia dos Recibo de Depósito Bancário (RDB): Uma Renda Fixa Versátil

26/11/2025 - 11:14
Marcos Vinicius
A Magia dos Recibo de Depósito Bancário (RDB): Uma Renda Fixa Versátil

Em um cenário econômico em constante transformação, encontrar opções de investimento que ofereçam segurança, rentabilidade e flexibilidade pode parecer um verdadeiro desafio. Os Recibos de Depósito Bancário, ou RDBs, surgem como uma alternativa poderosa para investidores que desejam diversificar sua carteira com título de renda fixa privado sem abrir mão de estabilidade.

Este artigo explora, de forma detalhada, todos os aspectos que tornam o RDB uma solução versátil e estratégica, permitindo ao leitor compreender não apenas seu funcionamento, mas também como integrá-lo de maneira inteligente em suas decisões financeiras.

O que é um Recibo de Depósito Bancário?

O RDB é um título de renda fixa privado emitido por instituições financeiras com o objetivo de captar recursos de investidores. Na prática, ao adquirir um RDB, o investidor empresta dinheiro ao banco por um prazo determinado, recebendo de volta o valor aplicado acrescido dos juros acordados na data de vencimento.

Semelhante ao CDB, o RDB também pode oferecer remuneração prefixada, pós-fixada ou híbrida, mas tem a particularidade de ser inegociável, ou seja, não é negociado em mercado secundário.

Emissores e objetivos

Diversas instituições podem emitir RDBs, cada uma com diferentes perfis de risco e prazos. Em geral, os emissores buscam capital de médio a longo prazo para financiar suas operações de crédito e manter a saúde financeira.

  • Bancos comerciais
  • Bancos de investimento
  • Sociedades de crédito e financiamento
  • Cooperativas de crédito (RDC – Recibo de Depósito Cooperativo)

Para o emissor, captar recursos via RDB significa ter acesso a fundos a custos definidos, essenciais para operações de crédito, capital de giro e expansão de negócios.

Como funciona o RDB na prática

O processo de investimento em RDB segue etapas simples, mas exige atenção às condições contratuais e ao prazo de vencimento:

  • 1. Escolha da instituição e das condições do RDB (taxa e prazo)
  • 2. Aplicação do valor mínimo exigido pelo emissor
  • 3. Manutenção do investimento até a data de vencimento
  • 4. Recebimento do principal acrescido dos juros contratados

Os prazos mais comuns variam entre 6 meses e 4 anos, com vencimentos predefinidos. A inegociabilidade implica que o resgate antecipado, em regra, não é permitido, reforçando a disciplina do investidor.

Tipos de rentabilidade: a magia da versatilidade

Um dos grandes diferenciais do RDB é a flexibilidade de modelagem da taxa, permitindo ao investidor escolher a melhor forma de remuneração segundo seu perfil e expectativa de mercado.

Existem três principais modelos de remuneração:

  • Prefixado: taxa de juros fixa conhecida no momento da contratação (ex.
  • Pós-fixado: indexado a um indicador, sendo o CDI o mais frequente (100% do CDI, 110% do CDI, etc.).
  • Híbrido: combinação de taxa fixa e indexador de inflação (como IPCA).

Esse leque de possibilidades permite ao investidor adequar o risco-retorno ao seu horizonte de aplicação, podendo superar a poupança com folga, especialmente em prazos mais longos.

Liquidez: entre tradição e modernidade

Tradicionalmente, o RDB possui baixa liquidez, pois só permite resgate no vencimento. Contudo, inovações recentes trouxeram alternativas mais flexíveis.

Um exemplo marcante é o produto de RDB do Nubank, que oferece:

  • Rendimento de 100% do CDI a partir do 31º dia
  • liquidez diária a partir do 31º dia, permitindo retiradas a qualquer momento
  • coberto pelo FGC até R$ 250 mil

Embora pareça um CDB com liquidez diária, trata-se de um arranjo contratual que mantém a essência do RDB, oferecendo liberdade sem sacrificar a segurança.

Segurança e proteção pelo FGC

Os RDBs contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos, assim como os CDBs, proporcionando uma camada adicional de segurança para investidores.

O FGC cobre até R$ 250.000 por CPF (ou CNPJ) e por instituição, com limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos. Apesar dessa proteção, persiste o risco de crédito do emissor, especialmente para valores que ultrapassem o teto garantido.

Em comparação, o Tesouro Direto tem risco soberano, considerado ainda mais seguro, mas o RDB se destaca pela potencial remuneração superior e pela possibilidade de customização das taxas.

Tributação: entenda os números

Assim como outros títulos de renda fixa, o RDB sofre tributação sobre os rendimentos, retida na fonte no momento do resgate.

IOF só é aplicado em resgates antes de 30 dias, o que não costuma ocorrer na maioria dos RDBs por sua estrutura de prazo pré-determinado.

Comparações estratégicas

  • RDB vs CDB: ambos são títulos privados, mas o CDB negociado pode ter liquidez secundária, enquanto o RDB é inegociável.
  • RDB vs Tesouro: risco soberano contra risco de instituição, com potencial de rentabilidade maior no RDB.
  • RDB vs Poupança: rendimento muito superior ao padrão da poupança, principalmente em cenários de juros elevados.

Concluindo: explorando a magia do RDB

Os Recibos de Depósito Bancário combinam segurança, personalização e rentabilidade de forma única. Com opções de taxa prefixada, pós-fixada ou híbrida, e inovações que trazem liquidez diária, o RDB se consolida como uma ferramenta poderosa no arsenal de quem busca diversificação inteligente em renda fixa.

Ao considerar um investimento em RDB, é fundamental avaliar o perfil de risco do emissor, os prazos disponíveis e a tributação envolvida. Dessa forma, você poderá aproveitar toda a versatilidade e segurança que este produto oferece, transformando sua estratégia financeira e alcançando seus objetivos com confiança.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius atua como criador de conteúdo em educação financeira no poupemais.org. Seus artigos abordam gestão do dinheiro, definição de metas financeiras e hábitos de economia, com foco em estabilidade e controle financeiro.